segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Ciência na Escola: Construção de Conhecimento.

Muitas são as maneiras de educar. Hoje a escola tem se tornado um espaço em que toda a responsabilidade de construção educacional e cidadã está voltada para suas atividades, isso em parte pelo crescimento das atividades dos componentes das famílias atuais e também por uma grande maioria de indivíduos transferir os deveres de criação para os profissionais da educação. 
Esta realidade, portanto, traz cada vez mais a necessidade da escola em trabalhar métodos novos e que busquem a atenção do aluno, para que não aconteçam na maioria das instituições os casos de evasão, repetência ou simplesmente a aprovação sem aprendizado. Desta forma, o estímulo à pesquisa, com grupos de trabalho, orientação e objetivos concretos é uma alternativa brilhante. Esta iniciativa tem tido bons resultados visto que, a escola passa a ter maior respaldo e visibilidade em sua comunidade, os professores orientadores se deslumbram com a construção de conhecimento de seus alunos e os alunos aprendem, de uma maneira antes medrosa, pesquisando, resolvendo, concluindo, construindo conhecimento.
As Feiras de Ciências antes reproduzindo conceitos perdem espaço no ambiente escolar quando o motivo de exposição é um trabalho de seus alunos e uma descoberta, seja de que área for, para a sua comunidade. Assim também, nas Feiras de Ciência Escolares os resultados são os melhores! A possibilidade de ver seu aluno demonstrar o que aprendeu e que realmente com trabalho árduo e contínuo se pode construir algo melhor é realmente incomparável e indescritível! Para qualquer educador, e que realmente ama a educação e que faz de tudo para que aconteça tem, nos mínimos detalhes de um trabalho bem realizado, a emoção e o prazer em ser e fazer parte.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Prevenir e lidar com a indisciplina em sala de aula


De um modo geral, uma das grandes dificuldades apontadas pelos professores no exercício da sua atividade encontra-se diretamente ligada à indisciplina na sala-de-aula. Este parece ser um desafio transversal, atingindo os professores principiantes na carreira, como os mais experientes.
Tal leva a uma reflexão sobre um conjunto de estratégias e competências profissionais diretamente ligadas à gestão da sala de aula que os ajude, professores, no desempenho do seu papel.
Antes de mais, existirá uma procura e apelo a um trabalho conjunto, através da partilha de saberes e experiências entre psicólogos e professores, visando contribuir para o nosso desenvolvimento profissional e motivação e, deste modo, conseguir resultados positivos no comportamento e aprendizagem dos alunos.
É mais fácil para uma criança disruptiva “reinar” quando os professores trabalham em separado, do que quando trabalham em conjunto. Deste modo, uma coerência e firmeza comum na aplicação das regras face à indisciplina da aula combate a confusão por parte dos alunos e evita que, paralelamente, se tornem mais indisciplinados.

Funções e finalidades dos “desvios às regras”
A razão dos comportamentos disruptivos são sempre variadas, e a leitura dos mesmos só se pode realizar tendo em conta múltiplos aspectos, como a ação ou a situação vivida no momento do incidente, a história relacional da turma ou do aluno com determinado professor, o período do dia ou do ano letivo, entre muitos outros fatores (Amado & Freire, 2002).
Segundo Kauffman (in Lopes & Rutheford) “a característica marcante em crianças com perturbações do comportamento é a confusão. Confusão sobre quem são, sobre o que se espera delas, onde pertencem no meio social que é a escola e sobre como poderão obter a gratificação que muitas outras parecem obter tão facilmente. São, habitualmente, crianças com poucas habilidades sociais, e com fracas capacidades de resolução de problemas. Estas lacunas, com facilidade, são transportadas para a relação com os professores e, frequentemente, geram menos suporte por parte dos mesmos.
Em contexto de sala-de-aula, as causas destes comportamentos podem estar ligados a diversos fatores (quer de ordem psicológica, psicossocial ou pedagógica). Não sendo o nosso intuito abordar de um modo profundo a origem destas atitudes, importa igualmente salientar que, em dado momento, a maioria das crianças apresenta um ou outro comportamento disruptivo, o que leva à difícil definição de aluno perturbador.
Definição de aluno perturbador
Esta não é, sem dúvida, uma definição fácil e, provavelmente, cada um de nós possuirá uma ideia própria sobre o que é uma criança perturbadora em sala de aula. Graubard (in Lopes e Rutherford) dá uma definição das perturbações comportamentais dos alunos em que, com rigor, se evidencia o tipo e o grau de severidade de comportamentos de um aluno seriamente perturbador: “Definem-se as incapacidades comportamentais como sendo um tipo de comportamentos excessivos, crónicos e desviantes, que vão desde os atos impulsivos e agressivos até aos atos depressivos e de afastamento, que frustram as expectativas do receptor no que diz respeito àquilo que considera ser adequado e que o receptor quer ver eliminados.”
No DSM-III-R os comportamentos perturbadores são definidos do seguinte modo:
“Esta sub-classe de distúrbios é caracterizada pelo comportamento social perturbador, o qual é frequentemente mais penoso para os outros do que para a pessoa que exibe o distúrbio. … Constitui-se num padrão de conduta persistente, que viola os direitos básicos dos outros e as principais normas ou regras da sociedade apropriadas para a idade”.
Com naturalidade, não se procura que o papel dos professores passe pela definição psicopatológica da criança com perturbações de desenvolvimento, até porque, nos casos em que tal se verifique, a solução passa sempre pelo pedido de ajuda dum técnico especializado. E, felizmente, a maioria dos comportamentos perturbadores nas aulas não estão diretamente ligados a padrões alterados de desenvolvimento.
A verdadeira questão é que, alunos que apresentam com frequência comportamentos disruptivos são, habitualmente, mais difíceis, obrigam a um maior dispêndio de tempo e energias e, com vasta frequência, tornam o papel educativo do professor mais frustrante.
Podemos, com muita razão e legitimidade, referirmo-nos à demissão por parte de muitas famílias, a políticas educativas menos corretas, entre outras questões que prejudicam a atividade letiva direta ou indiretamente. No entanto, o papel do professor é (e será) extremamente importante na forma como uma aula é gerida e influência, de modo decisivo, o comportamento dos alunos.
O papel do professor na prevenção de comportamentos disruptivos
Mais do que teorizar sobre as razões dos problemas de comportamento, importa falar sobre o papel do professor para, numa primeira instância, prevenir comportamentos disruptivos e, quando não possível, em modificar a conduta dos alunos.
Se o papel do professor sempre esteve confinado à transmissão de conhecimentos, verificou-se uma necessidade de evoluir e, atualmente, além desse papel, vê-se impelido a ser um gestor de sala-de-aula, um organizador da aprendizagem e, além das competências didáticas inerentes à matéria que lecciona, deverá ser portador dum rol de competências relacionais que lhe permitam de modo eficaz fazer face aos desafios com que se depara.
Diferentes estudos e autores defendem que as habilidades dos professores favorecem de modo preponderante o aumento de interações positivas dos alunos. Deste modo, ao iniciar-se um novo ano letivo, a grande questão que se coloca em termos educativos está em saber que tipo de grupo uma turma se virá a tornar. E aí, o professor, enquanto líder, pode claramente exercer uma influência importante na definição do grupo. As turmas podem percorrer toda a escala, desde um grupo de indivíduos egocêntricos, até um grupo com funcionamento harmonioso, em que cada indivíduo só o pode ser enquanto membro do grupo. O objetivo é que seja o professor a definir a atmosfera da sala de aula e os objetivos educacionais com base nas suas necessidades, ao invés de ser a turma a definir o papel do professor.
O modo como o professor utiliza determinados conceitos e ferramentas pode ajudar significativamente a promover o desenvolvimento do grupo como um todo, e o individual, através da educação.
Interação professor aluno/diferentes estilos de gestão da sala de aula por parte do professor.
Na gestão da sala de aula, o professor é o líder formal do grupo-turma (Estanqueiro, A. 2010). Esta qualidade de liderança depende muito das qualidades pessoais do professor e, essencialmente, do estilo de relação que adopta na relação com os alunos.
Tendo em vista o contexto em que nos centramos (1ºCEB), temos que ter sempre em conta que, quanto mais novo é o grupo de crianças, mais decisiva é a componente relacional. Para aprender, as crianças precisam gostar de quem lhes transmite a informação.
A investigação (Amado, 2001; Maya, 200; Carita, 19923; Freira, 1990; in Amado & Freire, 2002) revela que os alunos esperam que os professores atuem com autoridade e poder dentro da sala de aula. O grande problema que se verifica é na gestão equilibrada dos poderes e na queda nos extremos (autoritarismo e permissividade).
Estilos de gestão de sala de aula:
Autoritarismo: este modo de ensino é, de certo modo, caracterizado como um abuso da autoridade, pela rigidez, agressividade, repressão e prepotência. As atitudes do autoritário são de vigilância constante e de distanciamento afetivo. Estes professores, com frequência, desencorajam as discussões e os trabalhos de pesquisa, exigem obediência estrita, castigam frequentemente e raramente elogiam;
Permissivo: o professor permissivo cria muitas situações de perfeito descontrolo na aula. Permite que os alunos se sintam perfeitamente à vontade, as suas decisões têm como centro de preocupações o bem-estar académico dos alunos mais do que as preocupações académicas;
Indiferente: característica dos professores desmotivados, que gerem a aula numa rotina diária, procurando ser o menos incomodados possível. Aulas pouco interessantes, em que pouco ou nada de interessante ocorre;
Assertivo: professor que se sabe fazer respeitar, começando por respeitar os alunos. Acredita neles e confere-lhes responsabilidades, censura e admoesta recordando a regra, tem em conta os comportamentos e não a pessoa. É aquele que sabe elogiar quando devido, mas que consegue castigar caso necessário, desde que a punição obedeça aos princípios da razoabilidade, adequação e consistência.
Competências de gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina
No que respeita à gestão da sala de aula para prevenção da indisciplina, distinguem-se, do ponto de vista temporal, diferentes estratégias que serão aqui tratadas, nomeadamente:
1- Estratégias de início de ano letivo;
2- Estratégias para o início da aula;
3- Estratégias de vigilância e controlo dos comportamentos;
4- Estratégias de manutenção da motivação dos alunos.
1- Estratégias de início de ano letivo
O primeiro encontro entre o professor e os alunos é fundamental para deixar uma imagem positiva, não existindo uma segunda oportunidade para deixar uma primeira impressão. Nesse sentido, deixam-se algumas ideias para esse momento:
- No início do ano letivo, verifica-se a necessidade de transmitir uma imagem de autoridade, organização, usando e abusando de atitudes de firmeza e segurança, consistência, e uma intervenção pronta face à ocorrência de comportamentos de indisciplina. Não sendo apologistas da expressão “não sorrir até ao Natal”, o recomendado passa pela recepção ao aluno de um modo caloroso, mas formal.
- Procurar adquirir informação sobre o grupo para, o mais depressa possível, tratá-los pelo nome.
- Elaboração da planta da sala, de modo a facilitar a organização dos alunos, bem como a identificação por parte do professor;
- Estabelecimento de regras claras que regulem diversos aspectos do cotidiano da sala (como são exemplo o modo de participar na sala; deslocações pela mesma; comunicar com o professor e com os colegas; organização da sala; entre diversos outros aspectos que os professores considerem fundamentais).
Regras das Regras
Regras de conduta para o estabelecimento das regras da sala-de-aula:
1- As regras devem ser simples, claras, positivas e funcionais. Por exemplo, a regra “não falar para o lado”, é impossível de ser cumprida, o que acaba por minar a credibilidade do professor que, ao fornecer uma regra que não se pode cumprir, transmite subliminarmente a mensagem de que não é só aquela, como provavelmente muitas das suas regras, não são para cumprir;
2- Os alunos, além de compreenderem as regras, devem compreender e aceitar a sua necessidade;
3- Sempre que possível, as regras fundamentais deverão ser explicitadas e explicadas no primeiro dia de aulas. Curiosamente, ao contrário do que é costume pensar, as crianças preferem professores que são claros no esclarecimento de regras e firmes no seu cumprimento;
4- As regras, uma vez estabelecidas, deverão ser cumpridas – esta é uma área em que professores eficazes e ineficazes apresentam diferenças vincadas;
5- Sempre que possível, o envolvimento da turma na definição das regras resultará, certamente, numa melhor aceitação das mesmas. Ao contrário do que se possa pensar, a negociação com os alunos não representa perda de autoridade por parte do professor. Quando os alunos são convidados a participar nas atividades, sentem-se mais empenhados em cumpri-las;
6- As regras deverão ser sempre enunciadas pela positiva (enunciar o comportamento a realizar, ao invés do que não se deve realizar; ex.: “entrar devagar na sala-de-aula” ao contrário de “não entrar a correr”).
- Privilegiar atividades em que se trabalhe com o grupo no seu todo permite uma mais rápida aprendizagem dos comportamentos e procedimentos desejados pelo professor, ao invés de subgrupos;
- Manifestar expectativas positivas em relação ao comportamento e aproveitamento de todos os alunos.
2- Estratégias para o início da aula
Torna-se necessário que o professor imponha e lidere o ritmo e a ordem do início da aula. Nesse sentido, importa que:
- O professor deve estimular a entrada dos alunos na sala, estando atento à mesma (não escrever no quadro ou realizar outras tarefas). A entrada e saída de alunos da sala-de-aula deve obedecer a regras claras).
- Existir um momento específico (rotina) que marca o início da aula – o sumário é um óptimo exemplo, mas pode ser outro à medida do professor e da turma.
3- Estratégias de vigilância e controlo dos comportamentos
- Scaning visual; Trata-se duma competência fundamental para o controle dos acontecimentos na sala de aula. Consiste em que o professor, através do olhar, evidencie de modo sistemático a sua presença e o seu nível de consciência quanto à marcha dos acontecimentos. Permite ao adulto prever o rumo dos acontecimentos, nomeadamente aqueles que podem perturbar a aula, conseguindo antecipar-se-lhes, evitando a sua instauração. Se utilizado sistematicamente, possibilita que os próprios alunos percebam que o professor está a par do que eles estão a realizar;
- Movimento em sala de aula; Complementam a ação do “scanning visual”, uma vez que faz com que os alunos sintam uma maior presença do professor se este tiver uma componente visual e uma componente de proximidade física. Além de permitir que o professor veja comportamentos impossíveis de observar quando junto ao quadro, o facto de poder estar nas costas dos alunos (fora do seu campo de visão) é fortemente inibitório de comportamentos fora da tarefa;
- Sistema de sinais (marcadores); Dentro da dinâmica de sala de aula, o professor pode utilizar um conjunto de “sinais” que servem para organizar e sinalizar o rumo das atividades da sala, bem como para advertir um aluno ou grupo. Um conjunto de sinais que permita uma comunicação rápida e fácil, que possa transmitir às crianças quando é o momento de falar, de fazerem silêncio, de participar (entre outros exemplos), devem fazer parte das rotinas de sala, as quais, com um mínimo dispêndio de tempo, permitem um máximo de eficácia de ação;
 Separar alunos mais perturbadores, bem como procurar que não estejam distantes do professor.
4- Estratégias de manutenção da motivação dos alunos
- Realizar uma frequente monitorização do trabalho dos alunos, através da observação do modo como executam as tarefas propostas, dando apoio para superarem dificuldades, feedback, entre outros;
- Estimular o interesse dos alunos, mandando-os ao quadro, colocando questões de forma aleatória, procurando distribuir a atenção por todos;
- Variar as estratégias de ensino/aprendizagem, utilizando material audiovisual, ou outras técnicas de suporte visual; atividades experimentais; trabalhos de pesquisa; trabalhos de grupo; entre outros;
- Dar vivacidade à aula e evitar discursos monótonos. Transmitir motivação, procurar manter um ritmo de aula adequado, procurando evitar abrandamentos no fluir das atividades, mas com transições suaves entre estas;
- Ter as crianças ocupadas e procurar minimizar tempos mortos. Ajuda:
- Atribuir tarefas adicionais aos alunos mais rápidos;
- Retomar rapidamente o curso da aula no caso de interrupção;
- Evitar usar o quadro por períodos de tempo muito prolongados;
- Iniciar as atividades imediatamente após ter dado instruções (fornecer sempre instruções claras sobre a tarefa a realizar, para que os alunos se inteirem do que se pretende e espera que façam).
- Certificar-se sempre que os alunos concluíram a tarefa a realizar antes de transitar para a seguinte. Se necessário, aguarde que a conclua;
- Sistema de cargos. Atribuir tarefas concretas e responsabilidades ajudam a incentivar a participação dos alunos, aumentando a sua motivação e interesse. É especialmente útil para as crianças mais problemáticas, pois pode permitir que se sintam mais capazes e parte do processo da aula e, determinados cargos que obrigam a uma maior mobilidade dentro da sala, pode permitir controlar quem tem maiores dificuldades em ficar imobilizado por longos períodos de tempo. Ex. de cargos na sala-de-aula:
- Responsável pela distribuição de material;
- Responsável pela arrumação dos livros;
- Encarregado da saída e entrada nas aulas;
- Entre outros diferentes momentos ou tarefas comuns na sala-de-aula.
- Utilizar uma linguagem clara e acessível;
- Enquadrar os conteúdos fazendo a ponte com conhecimentos anteriores dos alunos e fazer uso das suas sugestões/contributos positivos para a aula;
- Explicitar o interesse e a ligação das matérias leccionadas a nível da ligação com a realidade fora da escola, e a sua relevância para o futuro dos alunos.
Estratégias de mudança de comportamento
- Reforço social positivo:
“Ato que consiste em dar a um indivíduo uma resposta socialmente recompensadora (consequência positiva) após a ocorrência do comportamento, o que faz com que a frequência deste tenda a aumentar” (Lopes & Rutheford, 2001). Ao falarmos de reforços sociais referimo-nos ao elogio, à atenção positiva e ao feedback positivo.
São exemplos:
. Um sorriso;
. Um bom marcado num exercício;
. Expressões como “bom trabalho” ou “estou muito orgulhoso do teu trabalho”;
. Um toque afetuoso no ombro ou costas do aluno;
. Um comentário sobre um comportamento correto do aluno, como por exemplo (entraste muito bem na sala de aula);
. Expor publicamente o trabalho da criança;
. Utilizar algum distintivo como prémio (reforço simbólico);
. Falar com os pais, valorizando os seus trabalhos e qualidades;
. Ser o primeiro a ir para o recreio;
. Elogiar o trabalho duma das crianças com dificuldades, a fim de estimular as restantes;
. Escrever comentários nos trabalhos das crianças;
. Comentários positivos sempre que possível;
. Conversar agradavelmente com as crianças;
. Dedicar especial atenção a uma criança em particular sempre que se mostre oportuno;
. Permitir que a criança exiba o seu trabalho para o grupo.
Aqui vem o conceito de igualdade, que também passa pela diferença de comportamento. Sabemos bem que, determinados alunos precisam de mais reforços sociais que outros, especialmente quando estes salientam comportamentos positivos dos mesmos. Esses reforços fazem a criança sentir-se notada pelo professor, e podem prevenir que as crianças se façam notar pelos mesmos de forma disruptiva.
Importante: Refletir sobre como é muito mais fácil para nós adultos salientarmos (ou chamarmos à atenção) as crianças pelos comportamentos negativos que apresentam, ao invés dos positivos.
Linhas de orientação para utilizar de modo mais eficaz o reforço social:
1- O reforço deve registar-se imediatamente ao comportamento positivo. Quanto mais depressa se recompensar o aluno pelo comportamento adequado, mais eficaz é o reforço. A criança deve saber imediatamente qual a sua ação que foi considerada correta pelo professor, e qual em concreto. Evitar prestar atenção ao aluno quando ele se está a comportar mal.
2- O reforço deve ser individual. O que funciona com uns, não funciona com outros. Alguns gostam de elogios “para o grupo”, outros de receber “uma estrelinha”, outros não gostam da palmada nas costas. Cabe ao professor analisar o que funciona melhor. No entanto, o que funciona hoje, mais tarde poderá não funcionar, necessitando-se promover a mudança e a novidade.
3- Quantidade de reforço. No início reforça-se insistentemente, mesmo que se pense que “o aluno já deveria se comportar como tal”. Aqui não funciona a máxima “só faz o seu dever”. À medida que o aluno se for aproximando dos padrões exigíveis, é preferível que o comportamento passe a ser reforçado de modo intermitente, para evitar o efeito de saciação. Em teoria, um comportamento reforçado intermitentemente, a intervalos variáveis e em montantes variáveis, resiste fortemente à retirada do estímulo. No pólo oposto, um comportamento reforçado constantemente a intervalos fixos, normalmente extingue-se rapidamente quando o mesmo é retirado. Daí que a importância da máxima: reforçar continuamente no início.
4- Os reforços devem ser equiparados às respostas das crianças (não se põe dar um grande reforço a uma resposta pequena);
5- Mais que o resultado final, reforçar as tentativas do aluno para alcançar o efeito desejado. Normalmente os objetivos a que nos propomos que a criança alcance são muito difíceis de alcançar de imediato, tendo assim de ser moldado de forma correta. Ex.: queremos que uma criança, ao invés de gritar quando quer falar, levante o braço. Se ela gritar e levantar os braços ao mesmo tempo, podemos reforçar o levantar os braços, e ignorar o gritar.
6- Ignorar o comportamento inadequado. O comportamento a eliminar pode, sempre que possível e, de acordo com a sensibilidade do professor, ser ignorado sistematicamente. Em simultâneo, deve ser escolhido um comportamento que se quer incrementar e reforçá-lo com elogios e atenção. De certo modo, é como que estar atento aos pequenos momentos em que o aluno se porta bem, e reforçá-lo. O que acontece frequentemente é que, através da atenção que damos aos comportamentos negativos das crianças, estamos a incentivar a sua repetição com maior frequência. Geralmente, para as crianças, ter atenção negativa é melhor que não ter atenção nenhuma por parte do adulto e, crianças frequentemente disruptivas possuem, com frequência, padrões de comportamento negativos.
Atenção – esta estratégia tem de ser realizada durante um período prolongado de tempo e, com coerência, para se encontrarem resultados.
- Contratos comportamentais:
Um contrato comportamental é um acordo entre duas ou mais pessoas, estipulando as suas responsabilidades, tanto no que diz respeito a um determinado comportamento, como ao reforço pela sua realização. (Lopes & Rutheford, 2001).
A vantagem principal deste método resulta do facto dos alunos se constituírem e percepcionarem como parte integrante de um processo de negociação em que participam, assumindo por isso um compromisso fundamental com os outros e consigo próprios.
Linhas básicas de orientação dum contrato comportamental:
O contrato comportamental só pode funcionar implicando uma conversa e discussão dos problemas em que ambas as partes estão envolvidas (aluno e professor) e estabelecem os parâmetros do contrato. Negociados podem ser também o número e o nível do (s) comportamento (s), bem como as suas consequências ou recompensas.
O contrato deve ser um documento formal e escrito, especificando todas as responsabilidades e privilégios das partes envolvidas;
Os termos do contrato devem ser positivos e claros;
Procurar mudar um comportamento específico de cada vez;
O contrato deve recompensar a realização de um comportamento, não a obediência à figura de autoridade (sob pena de o comportamento apenas se verificar perante a figura de autoridade);
A recompensa deve seguir-se imediatamente à realização do comportamento contratado;
Os termos do contrato dever ser justos, realistas e satisfatórios para ambas as partes.
- Sistema de créditos:
O sistema de créditos é um modo mais elaborado de utilizar o reforço na aula. Consiste em entregar ao aluno um determinado número de créditos, tão próximo possível quanto à realização de um comportamento desejado. Os créditos são uma espécie de pontuação que se vai acumulando, sendo, mais tarde, trocados pelo estímulo de reforço (quase como uma moeda de troca).
Tem uma dupla vantagem. Se, por um lado permite ao professor reforçar os comportamentos positivos com uma grande proximidade temporal (estrelas, por exemplo), mantendo uma taxa elevada de respostas diárias, por outro ensina o adiamento da gratificação (reforço estipulado), conseguindo aliar a intermitência da recompensa com a imediata. Além de possibilitar uma maior adesão e motivação por parte da criança, esta combinação de estímulos permite que o comportamento resista mais fortemente à extinção após a retirada do reforço.
Um erro muito comum ao “prometer” uma recompensa a longo prazo é assim ultrapassado pela atribuição das estrelinhas e do acumular para uma recompensa a receber posteriormente.
Este sistema pode ser utilizado com toda a turma, com um grupo ou com um só aluno perturbador.
Tem linhas orientadoras específicas às quais o adulto deve atender:
1º Os comportamentos a reforçar devem constar de um contrato preferencialmente escrito (apesar de poder ser oral). Esta é uma estratégia que deve estar ligada e ser coerente com as regras da sala. Os comportamentos devem possuir uma definição comportamental clara para a criança;
2º Os créditos devem ser distribuídos logo após a ocorrência do comportamento. Quando não for possível de imediato, o mais próximo possível do comportamento desejado;
3º Deve estabelecer-se um número específico de reforços de apoio (prémios) que equivalerão aos créditos que as crianças possam obter. De certo modo, como que os poderão comprar. O custo de tal deve estar estabelecido e ser do conhecimento do aluno;
4º É necessário determinar um momento específico para trocar os créditos pelos reforços de apoio. Tal pode ser estabelecido numa base temporal (ao fim da semana, dia) ou em função da concretização de determinados objetivos (ex.: atingir 100 estrelas);
5º Convêm que o sistema seja realizado de forma fácil e prática de gerir pelos professores, mas também que seja cativante e apelativa para os alunos.
Ex. de prémios que podem ser trocados por créditos: escolha de jogos ou atividades; liderar atividades ou determinados momentos da dinâmica da sala; tempo livre para realizar atividades do agrado das crianças; pequenas guloseimas; tomar conta da turma; utilizar o retroprojetor; fazer recados para o professor; ser o primeiro da fila; planear a rotina dum dia; entre outras.
- Punição:
A questão da punição é sem dúvida uma das que maiores críticas e questões tem colocado nos últimos tempos a nível educativo. No entanto, parece-nos impossível que não seja aplicada em contexto educativo e, mesmo quem não a defenda, muito provavelmente a aplicará sem dar por isso.
Procuraremos, neste espaço, analisar algumas das vantagens e desvantagens desta ferramenta.
É, sem dúvida, uma estratégia útil para fazer face a comportamentos perturbadores de menor importância, sobretudo aqueles que são motivados pelo desejo de chamar a atenção do professor (Campos, B. P., 1997). Pode-se definir como a utilização dum estímulo que causa aversão, aplicado depois dum comportamento considerado inadequado, visando a extinção do mesmo. É utilizada porque diminui de forma imediata o comportamento-alvo, resultando a curto-prazo, mas necessita ser trabalhada com outras estratégias (anteriormente referidas) para poder provocar mudança comportamental.
Estudos demonstram que facilmente a criança aprende qual o comportamento que não deve realizar mas, mais dificilmente consegue saber qual o correto para evitar as punições (Luís Joyce-Moniz, 1998), daí que, quando não utilizada da melhor maneira (ou quando é a única utilizada) corre o risco de provocar reações secundárias negativas, como são exemplo:
* Fortes reações emocionais que dificultam novas aprendizagens;
* Reações de evitamento dos alunos à escola, que fica conotada como um ambiente de punição;
* Gerar agressividade dos alunos face aos responsáveis pela sua punição;
* O professor funcionar como um modelo de agressão, a ser copiado pelos alunos.
No entanto, é uma estratégia com o seu valor e, como acima referido, importante na diminuição imediata do comportamento disruptivo. Para ser utilizada de forma eficaz, é importante que o professore siga algumas regras:
- A criança terá que ter sempre a possibilidade de ser colocado numa posição em que não é punido, procurando-se que existam estímulos que procurem aproximar a criança do comportamento desejado, servindo a punição como inibidor do comportamento indesejado;
- Os princípios gerais do condicionamento operante devem ser respeitados, nomeadamente: a frequência da punição tem de ser alta (de preferência uma estimulação aversiva para cada resposta a eliminar); o estímulo punitivo deve ser aplicado o mais próximo da resposta a eliminar; por fim, deve evitar-se a administração prolongada da punição. Uma criança habituada a um castigo torna-o um hábito, não uma punição;
- A punição também não deve ser um estímulo mais recompensador do que o reforço positivo. Se a criança ganhar mais atenção com esta, maior será a tendência a repetir o comportamento a eliminar;
- Dirigir-se ao aluno mantendo o contato ocular;
- Falar de forma calma, firme e assertiva;
- Não ameaçar com castigos que não possam ser praticados.
- A punição não deve ser excessivamente forte, de modo a comprometer a relação aluno/professor. Paralelamente a esse risco, punições em excesso podem levar ao evitamento do comportamento a eliminar apenas na presença do professor (ou outro elemento de autoridade).
- Necessidade de separar muito bem o comportamento incorreto a evitar e, de grande importância, indicar o comportamento correto (ex. Luís, o comportamento correto devia ter sido entrar devagar e em silêncio na sala).
- Quando a criança está de castigo, evitar que estejam disponíveis fatores de distração, que impeçam a punição de ser sentida como tal.
- A punição nunca poderá servir para humilhar o aluno, ou contribuir para que seja conotado com rótulos difíceis de serem eliminados (como são exemplo: “nunca pára quieto”; “só faz asneira”; “é sempre a mesma coisa”).
- As repreensões fazem sentido quando o aluno precisa, e não quando o professor perde o autodomínio. Por vezes, perante um comportamento indisciplinado, o professor ganha se esperar uns segundos antes de agir. Ficar quieto, a olhar o aluno nos olhos, em silêncio, é uma reação que frequentemente desarma alunos habituados a reações impulsivas (Estanqueiro, 2010).
Importante – Por vezes, a disciplina não é possível de definir apenas dentro da sala-de-aula. Em casos mais difíceis, importa que o professor nãos e feche dentro da sua sala, e apresentem queixa junto dos diretores de escola, professores titulares. Um aluno, quando se porta mal, deve ser responsabilizado e sofrer as consequências dos seus atos. As crianças levam a um pedido de desculpa e, sempre que possível, os castigos devem possibilitar a reparação do seu ato (ex.: limpar o que sujou; arrumar o que desarrumou; entre outros).
No mesmo sentido, uma boa comunicação entre a escola e a família, traduzida na conjugação de esforços, favorece a motivação dos alunos e ajuda a prevenir ou resolver alguns problemas de indisciplina (nunca desistir dos pais).

                                                         Autor: Psicólogo Bruno Pereira Gomes - À Conversa com Pais


quarta-feira, 15 de agosto de 2012

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Respiração Celular


A Respiração é o resultado da oxidação de compostos orgânicos e não apenas o resultado de trocas gasosas. É a oxidação de compostos orgânicos para a produção de energia, porém ela é um processo muito complexo, que produz vários compostos importantes para o metabolismo, além de energia.
A respiração ocorre em todas as células vivas, portanto em todas as partes da planta. A energia liberada a partir da oxidação dos alimentos será utilizada na síntese de substâncias, absorção de sais minerais, entre outros processos, não existindo um órgão sede.
Ela é de fundamental importância para a vida, tendo como conseqüência a morte celular caso pare. A intensidade da respiração varia conforme a necessidade metabólica de cada célula e pode ser medida através do gás carbônico liberado e pelo oxigênio absorvido. Como a fotossíntese e a respiração ocorrem ao mesmo tempo e uma usa os produtos da outra, a respiração deve ser medida no escuro.

Ponto de Compensação
Chamamos de ponto de compensação o momento em que as taxa de fotossíntese em uma planta é igual à taxa de respiração, ou seja, todo o oxigênio produzido é utilizado pela planta, e o mesmo ocorre com o gás carbônico.

Fermentação
Fermentação é o processo pelo qual os alimentos são oxidados de forma anaeróbica, sendo a mais comum chamada de fermentação alcoólica e tem como produto final o álcool etílico (C2H5OH). Este tipo de respiração ocorre na ausência do oxigênio, porém algumas bactérias e fungos podem fazê-la mesmo na presença deste gás, pois são incapazes de utilizá-los na respiração.
A fermentação alcoólica é realizada por leveduras, principalmente da espécie Saccharomyces cerevisiae, bactérias e algumas plantas superiores e pode ser representada pela seguinte equação:

C6H12O6 -> 2C2H5OH + 2 CO2 + ATP

A fermentação possui duas etapas principais:
1 – Ocorre a quebra de uma molécula de glicose por um processo chamado Glicólise. Ela é oxidada a ácido pirúvico.
2 – Formação de aldeído acético e gás carbônico a partir do ácido pirúvico. Mais tarde o aldeído acético se reduz a álcool etílico.
A fermentação alcoólica não substitui completamente a respiração na planta, pois o álcool formado, em grandes quantidades, pode ser tóxico para a célula.

glicólise (palavra derivada do grego glyks, que significa “doce”, e lysis, eu significa “quebra”) é uma via central quase universal do catabolismo da glicose. É a via através da qual, em grande parte das células, ocorre o maior fluxo de carbono.
Em determinados tecidos e tipos celulares de mamíferos (medula óssea, os eritrócitos, cérebro, entre outros) a glicose, por meio da glicólise é a principal, quando não a única, fonte de energia metabólica. Uma molécula de glicose é degradada em uma série de reações catalisadas por enzimas para liberar duas moléculas de piruvato. Durante as reações sequenciais da glicólise parte da energia livre liberada da glicose é convertida na forma de ATP.
Esta via foi a primeira a ser elucidada. Desde a descoberta de Eduard Buchner (em 1987) da fermentação que ocorre em extratos de células rompidas de levedura até o reconhecimento claro por Fritz Lipmann e Herman Kalckar (1941) do papel metabólico dos compostos de alta energia como o ATP, as reações da glicólise em extrato de levedura e de músculo foram o centro da pesquisa bioquímica. A glicólise possui seis átomos de carbono e sua divisão em duas moléculas de piruvato, cada uma com três átomos de carbono.


terça-feira, 13 de março de 2012

O código florestal não inviabiliza a propriedade, diz procurador

Desde o início dos debates para mudar o código florestal, ambientalistas e ruralistas pareciam concordar com apenas um ponto: que o código era antigo e precisaria ser reformulado. Mas quando o debate era sobre o que mudar, as divergências apareciam: os produtores querem mudar o texto para ter mais liberdade em usar suas propriedades, enquanto os ambientalistas pedem mudanças para dar valor à floresta em pé.
Por isso, fiquei surpreso quando conversei com o procurador de Justiça de São Paulo Daniel Fink. Fink é professor de direito ambiental, e avalia que o código florestal vigente é a melhor ferramenta para regular a proteção e uso de florestas no Brasil. “O código em vigor é a consagração de um pensamento científico que determina limites mínimos para a preservação”, diz.
O procurador acredita que todos os textos que estão em debate no Congresso – o texto da Câmara, o doSenado, e o mais recente, apresentado pelo deputado Paulo Piau (PMDB-MG) com alterações no texto do Senado – são prejudiciais. Segundo ele, o debate no Congresso é motivado apenas por preocupações econômicas, já que o código cria limites para a propriedade, mas a questão é mais ampla, porque o meio ambiente é compartilhado por toda a sociedade.
Fink também rebate a principal crítica do setor produtivo, a de que o código florestal vigente inviabiliza a propriedade rural. “O código não inviabiliza a propriedade. É plenamente possivel compartilhar a parte econômica com a preservação. O problema é que alguns produtores querem utilizar sua propriedade além do razoável”, diz.
Não é todo mundo que pensa assim. Como mostra a coluna de Felipe Patury em ÉPOCA, o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP), um dos maiores produtores brasileiros de suco de laranja, disse que o código florestal inviabiliza por volta de 20% da produção de laranja no Estado de São Paulo. Marquezelli critica especialmente um dispositivo aprovado no texto do Senado, que exige a retirada de lavouras das margens de rios.
A mudança do código está na pauta da Câmara e pode entrar em votação nesta terça (13) ou quarta-feira (14). No entanto, é alta a possibilidade de que seja adiada para a próxima semana, já que a Lei Geral da Copa é prioridade e também está na pauta.